Quando a gente brinda a gente deseja “Saúde!”, é o que desejamos felicidade a alguém ou a várias pessoas. A gente também diz: “Saúde!” Quando alguém espirra. Essa situação de epidemia que estamos vivendo, traz como grande lição algo que repetimos desde que tomamos consciência a respeito das coisas: a saúde é mais importante do que tudo. O segundo ponto que a situação nos obriga a pensar é no quanto somos todos iguais. Sim, porque não adianta você ter uma condição financeira, cultural ou de poder acima dos outros numa epidemia. Todos, sem exceção, podem se contaminar. E pra todos, sem exceção, a doença que chega a ser intratável, pode ser fatal.
A epidemia que estamos enfrentando no Brasil ainda é praticamente embrionária. Em muitos outros países ela chegou mais cedo, fez e continua fazendo estragos que provam que não se trata de uma simples gripe. Ou de algo fácil de lidar. Fosse assim, não estaríamos em casa, nos reinventando e aprendendo a viver com uma distância física e social a qual não estamos nem um pouco acostumados. Viver o dia a dia sem um beijo, um abraço, um aperto de mão. Sem um café entre amigos, uma roda de conversa, não é nada fácil para o brasileiro.
Estamos lidando com uma situação que pode ser menos grave por já termos modelos de boas e más práticas ao redor do mundo. Basta avaliar como China, Itália e Estados Unidos lidaram com a epidemia para não cometer os mesmos erros, assim como buscar em outras partes do mundo providências que se mostraram efetivas, como o uso constante de máscaras em Hong Kong, por exemplo.
Neste cenário, somos obrigados a encarar novos desafios. Um deles, a subsistência. Afinal somos um povo majoritariamente pobre. Bem pobre. E neste ponto, também estão no mesmo patamar, os mais e os menos afortunados financeiramente.
Explico: de nada adianta os defensores aguerridos em se priorizar o mercado e a economia, abrindo mão do controle epidêmico para restabelecer o consumo, se não tivermos pessoas saudáveis trabalhando. O colapso do sistema de saúde será letal para uma sociedade que quer não apenas se manter competitiva, mas em desenvolvimento.
O mesmo se aplica à pressão feita por uma parcela do empresariado, que, acostumada a colocar seus interesses financeiros acima de tudo e de todos, ameaça com demissões em massa o sistema de controle epidemiológico, que determina que todos devem ficar em casa.
Ora, sem empregados, essas empresas não existem. Sem pessoas empregadas não há consumo. Ainda mais numa realidade onde os verdadeiramente endinheirados e até mesmo a classe média gasta suas reservas em terras do Tio Sam onde tudo, mesmo com o dólar acima de R$5,00 é mais barato. E também mais divertido, na visão deles.
Deixando de lado os previsíveis defensores do dinheiro a qualquer custo, mesmo que seja o custo da vida de milhares de pessoas, por sorte, a maioria dos governantes, autoridades e da população está consciente de que mais importante do que tudo agora – e sempre – é preservar a vida. E isso implica ficar em casa – e usar máscaras ao sair, sempre! Implica também adotar novas práticas produtivas, principalmente quando se tem a missão de produzir e comercializar produtos de primeira necessidade.
Nesta edição, feita totalmente por contato telefônico e virtual, trazemos exemplos de adaptação ao cenário atual. Da indústria alimentícia à festa de aniversário, vamos contar como empresas, pessoas, e instituições estão lidando com a quarentena que deve durar mais de 90 dias. Veja em nossas seções de ACONTECE e BEM ESTAR.
O efeito mundial do coronavírus também aparece em MEIO AMBIENTE, onde o especialista prof.dr. Edson Piroli traz um ampla reflexão a respeito das causas e dos efeitos que a epidemia está causando no planeta Terra.
Também com foco no assunto, como não poderia deixar de ser, nossos colunistas colocam suas ideias em PONTO DE VISTA, enquanto o Pingo cumpre a quarentena de máscara, em MENINADA.
A edição também traz o efeito moral e fraterno de uma época em que todos são obrigados a agir individualmente pensando no coletivo, com a apresentação da Vaquinha do Alimento, um programa de inclusão alimentar que tem se mostrado eficaz e promoveu uma ação de dupla ajuda comunitária com uma campanha de Páscoa, como aparece em CIDADANIA.
A edição, traz em GASTRONOMIA, a leveza de nossas receitas, desta vez realizadas por três irmãs que provam que levar adiante um talento familiar, é além de gostoso, um modo de se manter sempre unido.
Ciente de que também cabe a este veículo comunicação buscar alternativas para chegar a todos os leitores sem colocar ninguém em risco de contaminação, nem mesmo esta editora, e também da necessária compensação aos nossos anunciantes diante de uma diminuição significativa na nossa tiragem impressa, já que serão poucos os pontos de distribuição a receberem pessoas – e de forma restrita, como supermercados – esta edição marca o lançamento de um novo canal virtual do 360. Conheça o nosso site. E veja como continuamos dispostos e capazes de inovar quando o assunto é informação e respeito ao leitor.
Boa leitura!
Flávia Rocha Manfrin
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