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Oi, gente! Tudo bem?? Como estão em mais um mês de quarentena? Espero que bem… Bom, nessa edição de julho a agenda será dedicada a um tema vital que, apesar de conhecido por todos, nem sempre é praticado com a frequência e intensidade que deveria ser: a empatia!
Essa capacidade de pensar e se colocar no lugar do outro é algo que poucos possuem e que, agora, no atual período, tem se mostrado cada vez mais escasso… fotos de conhecidos se encontrando em plena pandemia, bares lotados e pessoas sem máscaras em locais públicos são alguns exemplos. Em um mundo que prega cada vez mais o individualismo é muito fácil perder o sentimento de coletividade… esquecer que você, indivíduo, faz parte de um todo que depende da sua colaboração.
Por isso, buscando relembrar esse sentimento, reuni algumas fontes de lazer que abordam (de forma implícita e explícita) a empatia e sua importância para uma sociedade e uma vida saudável e harmônica. Espero que vocês gostem!
Filmes
Intocáveis
Intocáveis conta a história Philippe, um milionário tetraplégico que ao entrevistar candidatos para vaga de cuidador encontra Driss, um homem negro, do subúrbio de Paris e que havia entrado na mesma sala sem querer.
Depois de conversarem e discutirem (sem nenhuma cerimônia e polimento), Philippe contrata Driss.
O filme é muito emocionante porque mostra a relação de amizade dos dois e a naturalidade entre eles – essa naturalidade é, inclusive, o tema central da trama… a forma como o Driss vê e trata Philippe é muito bacana. Não existe um sentimento de pena mas sim uma relação de afeto, companheirismo e solidariedade (partindo de ambas as partes). É um filme extremamente bom e tocante (foge totalmente das comédias românticas tradicionais – que não me atraem muito rs), assistam!
Freedom Writers_
Eu assisti Freedom writers (ou “Escritores da Liberdade, em português) pela primeira vez na escola, em um projeto e desde então já assisti algumas vezes… é muito bom!
O filme é baseado em fatos reais e conta a história da Erin Gruwell, uma professora recém formada que passar a lecionar inglês e literatura em uma escola de um bairro periférico da Califórnia.
Logo quando chega ela já é impactada pelo desinteresse e desrespeito dos seus alunos que viviam em meio à violência policial, ao tráfico, à pobreza e tantos outros problemas estruturais.
A professora então percebe que todos os trabalhos e projetos tradicionais que ela havia preparado não iriam surtir efeito algum em meio àquela realidade. Então, ela começa a trazer músicas, poemas e artistas que produziam conteúdos sobre a realidade dos alunos e, assim, conquista a confiança da classe. Logo em seguida, Erin apresenta o diário de Anne Frank e incentiva seus alunos a produzirem seus próprios diários, contando suas próprias vivências que seriam apresentadas aos demais.
O filme é extremamente bom, extremamente verdadeiro e extremamente emocionante… o trabalho que essa professora realizou e o impacto que ela teve na vida desses alunos é muito legal.
O sentimento de pertencimento, de solidariedade e de empatia estão presentes em todo filme e é através deles que a professora consegue mudar a visão dos seus e alunos e mostrar que só com esse pensamento você consegue mudar a sua realidade e a de outras pessoas (como fez a própria Erin).
É um filmaço, obrigatório!
Carandiru_
O filme Carandiru conta a vivência do médico Dráuzio Varella no período em que atendia no presídio.
Além das experiências de atendimento e dos acontecimentos internos do local, a trama também se preocupa em mostrar a história dos presos e suas relações antes de serem detidos, fato que eu, pessoalmente, interpreto como a tentativa de criar no telespectador o sentimento de empatia, para que ele – assim como o Dráuzio – enxergue não apenas o assassino ou traficante, mas também o pai de família que cresceu no crime e não viu outra escolha senão continuar nele.
É um filme muito bom e muito especial pois mostra exatamente a essência do Dr. Dráuzio que, como ele mesmo afirma, é “médico e não juiz”.
Mais um enredo em que o sentimento de empatia e solidariedade se faz explícito durante toda trama através dos atendimentos humanos e sensíveis do médico – que eu sou fã na vida real desde sempre, rs.
Apesar de pesado, vale muito a pena!
Mr. Empathy_
Mr. Empathy é um curta-metragem de Bruno Bozzetto que aborda de forma muito simples e clara o real significado da empatia e o ato de se colocar no lugar do outro. Além de trazer a mesma explicação, a história também mostra o quão bem essa ação faz.
É uma história bem curtinha e fofa, adequada também pro infantil – momento em que essa consciência deve ser ainda incentivada.
Documentários
Quem se importa_
Eu encontrei o documentário “Quem se importa” quando estava pesquisando conteúdo pra essa agenda, assisti e amei!
O documentário foi gravado em sete países e mostra a história de 18 indivíduos que, cada um na sua maneira, mudaram positivamente a realidade em que estavam inseridos.
Apesar das diferentes nacionalidades e formas de atuação, em todos os indivíduos é claro o sentimento de empatia e a vontade de impactar positivamente sua comunidade.
O longa foi narrada pelo Rodrigo Santoro e é muito bom! Vale muito a pena!
I am_
documentário I Am conta a história do diretor de Hollywood Tom Shadyac, que após um acidente grave inicia uma jornada que busca responder duas questões: O que está errado no mundo? E o que podemos fazer a respeito?
A partir disso, o protagonista viaja a diversos lugares do mundo e visita grandes pensadores da atualidade em busca dessas respostas.
No meio da trama é questionado se “o sentido da vida é competir ou cooperar?”, a resposta eu não vou dar spoiler (mas vocês já imaginam né? Rs).
Em meio a todos os pensamentos e teses que surgem na pesquisa, a comum a todos os intelectuais é a conexão e a dependência entre todos os indivíduos do mundo – sabe aquela ideia de que todas as minhas ações impactam o próximo (e vice-versa)? Então, é exatamente isso.
Com essa ideia a gente pode concluir o quão importante e vital é o sentimento de empatia, de coletividade… não dá mais pra ignorar isso.
Como vocês já podem perceber o documentário é muito incrível, super interessante e com imagens maravilhosas! Tem na Netflix, então sem desculpas pra não assistir, rs.
Séries
Sex Education_
A série Sex Education já foi mencionada aqui… mas representa tão bem o tema desse mês que eu achei válido trazer mais uma vez!
Apesar de a princípio parecer superficial, a trama é realmente muito bacana.
Ela conta a história do Otis, um menino filho de uma sexóloga que, depois de perceber que seus colegas tinham inseguranças e dúvidas sobre sexo, passa a dar consultas sobre isso.
É uma série que todo mundo deveria assistir porque, além do tema central que aborda a educação sexual na adolescência, também trata outras questões como bullying, preconceito, feminismo, sororidade… enfim, muito tópicos que realmente precisam ser abordados.
Nesse entretenimento o sentimento de empatia – que de início é praticamente ausente – começa a surgir no decorrer na série e deixa claro o quão importante ele é. Assistam!!
13 Reasons Why_
A segunda série que eu achei bacana para relacionar com o tema desse mês seria 13 razões.
A série conta história de Hannah Baker, uma adolescente que comete suicídio, chocando sua escola e família.
Após a sua morte, seu colega Clay recebe pelo correio 7 fitas, narradas pela Hannah, em que ela enumera as 13 razões que levaram ela a se matar.
Além do Clay, outras pessoas recebem as fitas… pessoas essas que a Hannah considera culpados pela sua morte.
É uma série muito boa porque nos faz refletir sobre o impacto das nossas ações na vida das pessoas e como o ato de ser empático é necessário.
Ela gerou algumas polêmicas quando foi lançada – pela questão do suicídio – mas eu, particularmente, achei adequada e necessária. Tem várias temporadas na Netflix, vale a pena conferir pelo menos a primeira!
Livros
Morcego Bobo_
Agora passando pros livros… O primeiro livro que eu achei bacana trazer pra relacionar com tema é um livro infantil chamado “Morcego Bobo” e eu pesquisei o PDF e li on-line. É um livro extremamente didático, extremamente fofo e muito legal pra você ler para uma criança.
O livro conta história de um morcego que vivia de cabeça pra baixo e, por isso, todas as coisas eram ao contrário. Para ele, a minhoca estava em cima e o pássaro embaixo. E quando ele contava isso para os outros animais eles falavam: “nossa, ele é louco! Que morcego esquisito”. Até que um dia a coruja, símbolo da inteligência e sabedoria, sugere aos outros animais que ficassem de cabeça para baixo para tentassem entender o que o morcego estava falando. Só quando isso acontece é que os animais entendem de fato e passam a conviver com o morcego de uma forma normal… parando de julgar e de falar mal do morceguinho.
Então muito bacana porque aborda o tema desse mês de uma forma muito legal, simples e clara. O livro explica que você só vai, de fato, entender o outro se se colocar no lugar dele.
Eu amei – mesmo que destinado pro público infantil, rs!
O Poder da Empatia_
O segundo livro eu não preciso nem falar que é totalmente relacionado com o tema, rs. Após a leitura do livro “O Poder da Empatia – A arte de se colocar no lugar do outro para transformar o mundo”, é possível entender que a empatia é a cura para o individualismo tão presente nas sociedades modernas e também a resposta para os grandes problemas mundiais, como violência, preconceito, intolerância e até pobreza extrema.
É um livro muito bom, levou 12 anos de pesquisa para ser escrito… é realmente muito interessante! Eu li no começo do ano passado e é realmente muito bom, vale a pena!
Extraordinário_
O livro extraordinário é um best-seller mundial e é um dos meus preferidos, então, eu sou suspeita, rs!
A trama conta história do August, um menino de 10 anos que nasceu com uma síndrome que afetava sua aparência.
Quando ele vai pra quinta série, seus pais decidem que ele (que até aquele momento estudava em casa) deveria ir pra uma escola tradicional.
Como era de se esperar, o primeiro dia foi extremamente difícil e as outras crianças foram horríveis… mas no decorrer do livro vários acontecimentos ocorrem e a situação vai mudando, as outras crianças passam a perceber o quão inteligente e engraçado ele é. Toda essa trama é fechada com chave de ouro com a formatura da classe (não vou dar mais spoiler, rs).
Enfim, é uma história extremamente sensível e emocionante… você chora do começo ao fim! Acabei de conferir e tem na Americanas, já podem colocar no carrinho haha!
Músicas
Todos Juntos_
A música Todos juntos, de autoria de Chico Buarque, faz parte do musical Os Saltimbancos, que conta a história de um burro, um cachorro, uma galinha e uma gata que após passarem a vida servindo seus donos, fogem e se tornam artistas.
A música aborda de forma bem explícita o significado de empatia e coletividade.
Aquele clássico que toda criança (e adulto) deve ouvir!
A Dream_
A música “A Dream” é uma das principais do filme Freedom Writers e conta com trechos do discurso de Martim Luther King, em que ele fala do seu sonho de igualdade e união entre as pessoas. É uma música com um significado muito legal e uma temática muito intensa. Vale a pena, inclusive, pesquisar o discurso em si!
Gotta be patient_
A música “Gotta be patient” é de autoria do Michael Bublé e da Sofia Reis e foi escrita e lançada justamente nesse período de pandemia.
Nela os cantores falam:
“Eu só quero ver meus amigos
Eu quero andar na rua de novo
Mas tenho que ser paciente
Então vamos aproveitar esse confinamento”
Ou seja, é justamente aquela ideia de colocar a necessidade do coletivo acima da sua… pensar que todo o cenário antes de praticar algo prejudicial.
O clip é super caseiro, gravado pelas famílias dos cantores… uma sacada muito legal! Eu amei!
Conclusão
Último recado_
Bom gente, é isso. Espero que vocês tenham gostado do conteúdo e que eles melhorem de alguma forma a quarentena de vocês!
O tema foi pensado especialmente para o momento atual… em que o sentimento de empatia é (ainda mais) fundamental – porque não adianta dizer que o mundo pós-pandemia estará mudado pra melhor sendo que durante a mesma os nossos hábitos e comportamentos estão os mesmos. A consciência e o sentimento de coletividade serão essenciais pra mudar, de fato, o futuro cenário.